Domingo junho 8 2025
Solenidade de Pentecostes – Ano C
Homilia do Padre Emmanuel Schwab
Carmelo Nossa Senhora do Carmo em Brasília

(Homilia traduzida para o português frase por frase)
1ª leitura: Atos 2,1-11
Salmo: 103 (104), 1 ab.24ac, 29bc-30,31.34, XNUMX
2ª leitura: Romanos 8,8:17-XNUMX
Evangelho: João 14,15-16.23b-26

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O milagre de Pentecostes se repetirá agora: eu falarei na minha língua, e vocês entenderão na sua! Porque doravante a Igreja fala todas as línguas; e o que permite a tradução é, antes de tudo, a caridade.
O Espírito nos faz filhos, diz São Paulo. Santa Teresa do Menino Jesus compreendeu muito cedo o que era ser criança. Ela aprendeu com seus pais o que era ser amada. Foi primeiro em sua família que Teresa aprendeu o amor; foi primeiro em sua família que ela aprendeu a misericórdia; foi em sua família que ela aprendeu a reconhecer suas faltas, porque sabia que seria perdoada. Teresa aprenderia assim a fazer coisas para a alegria de seus pais. E aprenderia a fazer coisas para a alegria de Deus.


Quando ela escreve ao pai: Tentarei torná-lo famoso tornando-se um grande santo. (LT 052), ela não está pensando em si mesma, ela está pensando em seu pai.
Ela não pensa na sua alegria, pensa na alegria do seu pai. Ela não pensa na sua glória, pensa na glória do seu pai. E o que Teresa aprendeu em sua família, ela viverá por toda a vida com Deus. Ela aprendeu a ser criança. Podemos pensar que "ser criança" é natural... mas não completamente. Devemos também aprender a ser criança: aprender a ser filho de Deus, aprender a confiar em Deus em todas as coisas, aprender a acreditar que Deus é verdadeiramente um Pai que nos ama, contemplar em Jesus o amor de Deus Pai por nós:
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3,16). E o que Teresa nos mostra é o que é a vida de alguém que confia plenamente em Deus.

Teresa não busca viver os mandamentos para estar "em ordem". Teresa busca viver os mandamentos para agradar a Deus, para alegrar o coração de Deus. Cada um de nós busca alegrar a Deus? Ajo para estar satisfeito comigo mesmo ou ajo porque estou satisfeito com Deus? Esta é toda a conversão que Teresa nos chama a viver.


O Espírito nos é dado para nos tornar filhos. Acolher o Espírito Santo é aprender a viver como filhos de Deus. O sinal de que vivemos com o Espírito é que temos absoluta confiança em Deus. Teresa passa por provações, passará até pela prova da esperança quando, a partir da Páscoa de 1896, lhe parece que não há mais Céu, que o Céu não existe mais. Mas Teresa nunca duvida do amor de Deus... Teresa nunca duvida da presença de Jesus. E quando em sua vida de oração, em sua vida de oração, lhe parece que nada acontece – ela chama isso de aridez – ela se depara com um imenso silêncio. Teresa não diz "Deus me abandonou", não diz "Jesus não se interessa mais por mim", mas tem tanta confiança na presença de Jesus que conclui: "Jesus dorme", "Jesus me ama tanto que, em minha casa, tem a liberdade de dormir" (Cf. LT 074).


E ela explicará à sua irmã Céline, que também vive uma vida árida de oração: Não se preocupe, Jesus está dormindo. Por que ele está dormindo? Porque está cansado, porque correu o dia todo atrás da ovelha perdida. E em sua casa, Céline, Jesus encontra um travesseiro muito mais macio do que a pedra na qual não precisou repousar a cabeça: Ele encontra o seu coração, Jesus vem pousar no seu coração (Cf. LT 144). Teresa nunca duvida da presença amorosa de Jesus.
Teresa não teoriza sobre o Espírito Santo, não explica como o Espírito Santo opera, mas vive profundamente pelo Espírito Santo. A obra do Espírito Santo em Teresa é viver em comunhão com Jesus.
Ouvimos no Evangelho, capítulo 14 de São João, que o Espírito Santo nos ensinará tudo, nos fará recordar tudo o que Jesus nos disse. E vemos claramente em Teresa o quanto ela se nutre da Palavra de Deus, o quanto ela se nutre do Evangelho. Para Teresa, o Evangelho não é um texto de referência, é a palavra viva de Deus. Muitas vezes, Teresa diz: "Jesus 'nos diz' que...", "Jesus 'me diz' que...", "Jesus 'me faz sentir...".
O Espírito Santo dá a Teresa um relacionamento vivo com Jesus. Esta é a vida cristã: uma vida de confiança em Deus, uma vida de união com Jesus, uma vida na qual buscamos, a cada momento, agir para a alegria de Deus.
Não se preocupe tanto com seus pecados.
Preocupe-se mais em amar a Deus, em amar o próximo, em confiar plenamente em Deus que te ama.

Um homem

Padre Emmanuel Schwab, reitor do Santuário